A Igreja de Cristo, que somos nós e que nos ultrapassa! Pensar nela de modo apropriado, compreendê-la, exige, antes de tudo, tomar consciência do que professamos com tanta freqüência: “Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica”.
Eis um primeiro dado de grande relevância: a Igreja é objeto de fé! Professar a fé nesta realidade chamada Igreja é antes de tudo reconhecer que ela não se esgota simplesmente naquilo que nossos olhos podem perceber e nossos sentidos contemplar: ela nos ultrapassa, transcende nossa compreensão e percepção!
Se é verdade que ciências tais como a história, a sociologia, a antropologia e até a psicologia podem dizer algo sobre ela, sobre seu caminho no tempo da aventura humana, no entanto, somente na fé poderemos captar sua realidade mais profunda.
Não se pode compreender a Igreja a não ser na Igreja, nela crendo, nela vivendo, por ela sofrendo, dando-lhe nossos esforços, o melhor de nossos sonhos, o mais profundo do nosso afeto - em suma, compreenderá a Igreja quem vive e ama a Igreja! A este propósito são notáveis e comoventes as palavras do testamento de Paulo VI, no final de sua longa existência: “Ó santa Igreja, católica e apostólica, recebe o meu mais profundo ato de amor!”
Ou mesmo as palavras de um cardeal da antiga Cortina de Ferro. Ao perguntarem como se sentia sendo líder de uma Igreja dilacerada pelo marxismo, uma Igreja pela qual ele mesmo podia fazer muito pouco, o bispo respondeu: “Trabalhar pela Igreja é proveitoso; orar pela Igreja é mais proveitoso ainda; sofrer pela Igreja é tudo!”
A Igreja é mistério! Não se pode penetrá-la somente com a inteligência; não se pode medi-la com números, com estatísticas de cúria ou projetos pastorais, não se pode abarcar sua realidade simplesmente com nossa visão, com nossas opiniões, com nossas ideologias! Somente se pode meditar sobre a Igreja sendo Igreja, amando a Igreja, tendo o coração pulsando no ritmo do coração da Mãe Igreja! Eis o sentido profundo da ousadia com que afirmamos: “Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica!”
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