Novena de Natal 5° dia

5º Dia - 20 de dezembro
Cântico: Puer Natus

Jesus Cristo se ofereceu desde o princípio por nossa salvação
Foi imolado, porque Ele mesmo quis.(Is. 53,7)
O Verbo divino, desde o primeiro instante em que se viu feito homem e criança no seio
de Maria, se ofereceu por si mesmo às penas e à morte para resgate do mundo. Sabia que todos os
sacrifícios dos cordeiros e dos touros oferecidos a Deus na Antigüidade não tinham podido satisfazer
pelas culpas dos homens, mas que era necessário que uma pessoa divina satisfizesse por eles o
preço de sua redenção.
Pelo que disse, como afirma o Apóstolo: "Não quiseste hóstia nem oblação, mas me
formaste um corpo.
Então eu disse; Eis-me aqui presente" (Heb. 10,5). Meu Pai, disse Jesus Cristo, todas
as vítimas que vos foram oferecidas até agora não bastam nem bastarão para satisfazer vossa
justiça; destes-me um corpo passível para que com a efusão de meu sangue vos aplaque e salve os
homens: eis-me aqui presente, "ecce venio", tudo aceito e tudo submeto a vossa vontade.
A parte inferior de sua vontade experimentava, naturalmente, repugnância e recusavase
a viver e a morrer entre tantas dores e opróbrios, mas venceu a parte racional, que estava
completamente subordinada à vontade do Pai, e aceitou tudo, começando Jesus a padecer desde
aquele instante, todas as angústias e dores que sofreria nos anos de sua vida, assim agiu nosso
divino Redentor desde os primeiros instantes de sua entrada no mundo.
E como nos portamos nós com Jesus Cristo, desde que, chegados ao uso da razão,
começamos conhecer, com as luzes da fé, os sagrados mistérios da redenção? Que pensamentos,
que desígnios, que bens temos amado? Prazeres, passatempos, soberbas, vinganças, sensualidade,
eis os bens que aprisionaram os afetos de nosso coração. Mas, se temos fé, mudemos de vida e de
amores; amemos a um Deus que tanto padeceu por nós. Lembremo-nos das penas que o Coração
de Jesus padeceu por nós desde criança, e assim não poderemos amar senão esse Coração, que
tanto nos amou.

Reza-se o Terço e a Ladainha de Nossa Senhora

Oração: Senhor nosso, quereis saber como nos portamos convosco em nossa vida? Desde que
começamos a ter o uso da razão começamos a menosprezar vossa graça e vosso amor. Mas melhor
que nós o sabeis vós e, apesar disso, nos suportastes porque nos amais muito. Fugíamos de Vós, e
vós vos aproximastes chamando-nos. Aquele mesmo amor que vos fez baixar do céu para buscar as
ovelhas perdidas, fez com que nos suportásseis. Jesus, agora nos buscais e nós vos buscamos.
Percebemos que vossa graça nos assiste; assite-nos com a dor de nossos pecados, que odiamos
mais que todos os outros males; assisti-nos com o desejo que temos de vos amar e de vos dar
gosto. Sim Senhor nosso, queremos amar-vos e tanto quanto possamos. Certo que tememos por
nossa fragilidade e debilidade contraídas por causa de nossos pecados, mas muito amor é a
confiança que vossa graça nos infunde, fazendo-nos esperar em vossos méritos e dando-nos grande
ânimo para exclamar: "Tudo posso naquele que me conforta" (Phil. 4,13). Se somos débeis, Vós nos
dareis força contra nossos inimigos; se estamos enfermos, esperamos que vosso sangue seja nossa
medicina; se somos pecadores, confiamos em que nos santificareis. Confessamos que no passado
cooperamos com nossa ruína porque deixamos de recorrer a Vós nos perigos. De hoje em diante,
Deus e esperança nossa, a Vós queremos recorrer e de Vós esperamos toda ajuda e todo o bem.
Amamos-vos sobre todas as coisas e nada queremos amar fora de vós. Ajudai-nos, por
piedade, pelo mérito de tantos sofrimentos que desde o princípio sofrestes por nós. Eterno Pai, por
amor de Jesus Cristo, aceitai que vos amemos. Se vos iramos, aplacai-vos ao ver as lágrimas do
menino Jesus, que vos roga por nós: "Põe teus olhos na face de teu ungido" (Ps. 83,10). Não
merecemos graças, mas merece-as esse Filho inocente, que vos oferece uma vida de penas para
que sejais conosco misericordioso.
E Vós, Maria, Maria, Mãe Misericordiosa, não deixeis de interceder por nós; sabeis
quanto confiamos em Vós, e sabemos bem que não abandonais a quem recorre a Vós.
Cântico: Adeste, Fideles

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