A Tradição nos ensina que, por volta
do ano 54 indo de Antioquia para Roma, São Pedro levou a Salmodia Judaica para
os cristãos cantarem em suas reuniões nas catacumbas.Na escuridão das
catacumbas salmos e outros textos eram cantados de forma reta com suaves
modulações ao ritmo das palavras dos textos. Estas formas rituais de leitura
dos textos Sagrados foram as mais usuais nestes tempos.
Aos poucos foram se acrescentando a
esse repertório novos hinos criando uma liturgia própria e independente.De
acordo com a tradição Judaica os Salmos eram cantados por um solista sem a
intervenção do celebrante ou da assembléia, esse método foi utilizado até o
início do Século IV.
Neste Século a Liturgia da Igreja e o
Canto litúrgico sofreram suas primeiras reformas, a primeira intervenção
significativa no Canto Litúrgico foi feita por Santo Ambrósio (bispo de Milão).
Dois Sírios, Diodoro e Flaviano, tiveram a idéia de dividir os fiéis em dois
coros que se revezavam nos versículos do texto.
A inovação foi bem sucedida; São Basílio e São João Crisóstomo aceitaram
a mudança mas foi Santo Ambrósio que mais contribuiu para seu êxito
estabelecendo este método em Milão. O Bispo mandou cantar a Missa em coros
alternados, a partir daí o método, agora denominado Ambrosiano, se espalhou por
toda a parte.
É neste momento que se começa a dar
no Ocidente o nome de Missa ao Santo Sacrifício; um texto de Santo Ambrósio
emprega à palavra com o sentido que nós lhe damos hoje. Quanto à estrutura, não
é possível fixar precisamente a data mas foi neste Século que o Intróito foi Introduzido à Missa, além
disso, o Kyrie e o Glória, em uso nos mosteiros da
Palestina passam a ser utilizados em toda a Igreja e, finalmente o Credo, outrora uma breve afirmação de
fé, passa a ser entoado nos temos majestosos do Símbolo de Nicéia. Os demais
cantos foram introduzidos mais tarde.
No ano 560, iniciou-se o Pontificado
de São Gregório Magno, o Papa lançou-se na tarefa de reorganização e
solidificação da Igreja nesta grande reforma deu-se atenção especial á liturgia
e grande importância ao Canto. Formou-se um colegiado de religiosos que
percorreu todas as regiões recolhendo informações e observando as práticas de
cantos e trouxe tudo a Roma.
São Gregório promoveu uma seleção dos
melhores e mais adequados cantos para a Igreja, impôs regras e criou a Schola Cantorum de Roma. Este mesmo Papa
determinou que todas as Basílicas Romanas tivessem uma Schola Cantorum (escola de canto) contribuindo enormemente para o
desenvolvimento do Canto Litúrgico, também foram publicados dois livros
reunindo todo o repertório selecionado pelo Pontífice o Antiphonarium e o Cantatorium,
aos cantos selecionados foram acrescentadas composições do próprio Papa.
Este gênero musical foi adotado desde
então como a Música oficial da Igreja permanecendo até nossos tempos passando a
ser chamado de Canto Gregoriano, em Homenagem à São Gregório Magno. Ainda hoje
cantamos vários hinos de autoria de Santo Ambrósio e São Gregório, como o Veni Redemptor omnium e o Regina Coeli.
A majestade e a beleza dadas às
cerimônias pelo novo canto dos hinos e salmos foi exaltada por grandes
historiadores da época com estas célebres palavras: “ as vozes de toda a multidão – homens, mulheres e crianças – se
assemelham pelo fluxo e refluxo a um rumor como o do mar, quando as ondas se
entrechocam e quebram “. O Canto Gregoriano imprimiu na Liturgia nos seus
mais sublimes acentos, a Alma Eterna do Cristão.
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