Ninguém menos que o Filho amado!

Da Carta a Diogneto (séc I):


Aos cristãos, o que lhes foi transmitido não tem origem terrestre (cf. Gl 1,12) e o que eles fazem questão de conservar com tanto cuidado não é invenção dum mortal, mas foi o próprio Deus invisível, verdadeiro Senhor e Criador de tudo, que do alto dos céus colocou a Verdade no meio dos homens (cf. Jo 14,6), o Seu Verbo santo e incompreensível, e O estabeleceu firmemente em seus corações.

Não realizou tudo isto, como alguém poderia imaginá-lo, enviando aos homens algum subordinado, Anjo ou espírito dentre os que governam as coisas terrenas ou têm a seu cargo o cuidado das coisas celestes (cf. Ef 1,21), mas o próprio Autor e Criador do universo (cf. Hb 11,10). Por Seu intermédio criou os céus e encerrou o mar nos seus limites (Sl 104/103,9; Pr 8,29). Todos os elementos obedecem com fidelidade às Suas leis misteriosas: o sol, ao seguir a medida do curso dos dias; a lua, brilhando durante a noite; os astros, acompanhando o percurso da lua. Por Ele todas as coisas foram feitas, definidas e hierarquizadas: os céus e o que neles existe, a terra e o que ela contém, o mar e o que nele se encontra, o fogo, o ar, o abismo, os seres que existem nas alturas, nas profundidades e no espaço intermédio. Foi Ele que Deus enviou aos homens.